30.1.08

PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Não sou monárquico. Isso não invalida que entenda que o centenário do assassinato de um Chefe de Estado, na circunstância um rei, deve ser recordado. Passem os anos que passarem, é um dado histórico inelutável, porventura - a avaliar pelo que se seguiu - funesto e, seguramente, anti-patriótico. Os esquecíveis deputados de todos os partidos com representação parlamentar - ou seja, já não apenas os do BE - que integram a comissão de Defesa, exigiram, ao ministro da tutela, a retirada do Exército da cerimónia organizada para a hora do regicídio, no Terreiro do Paço, na próxima sexta-feira. Trata-se de um gesto simultaneamente imbecil e infantil. Os herdeiros pífios do dr. Afonso Costa imaginam que a história muda consoante o "correcto" do momento. Não muda. D. Carlos já lá está por direito próprio, com ou sem a banda do Exército. Pelo contrário, destes deputados pequeninos ninguém falará quando desaparecerem.

15 comentários:

  1. «O Jansenista», e nem sei porque tanto me emocionei, cita Milan Kundera. Assim :
    - «A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da humanidade (o teste mais radical, aquele que por se situar a um nível tão profundo nos escapa ao olhar) são as suas relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais. E foi aí que se deu o maior fracasso do homem, o desaire fundamental que está na origem de todos os outros». – Milan Kundera, "A Insustentável Leveza do Ser"

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  2. Seria de exigir que se acabasse com o feriado de 5 de Outubro. Há muito que o digo.
    Prefiro um regime republicano, mas Portugal é o mesmo, não há que comemorar uma mudança de regime.
    Ou será que vamos deitar fora D. Afonso I, D. João II ou o Marquês de Pombal?

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  3. Há alturas em que a malta se passa mesmo!
    Sou Republicano e acho que as homenagens são para se fazerem na altura certa.
    Cambada de merdosos!

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  4. Há alturas em que a malta se passa mesmo!
    Sou Republicano e acho que as homenagens são para se fazerem na altura certa.
    Cambada de merdosos!

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  5. Ó António Pires, dá-se o caso de o 5 de Outubro de 1143 ser o dia e o ano da Fundação de Portugal. Esse é o dia de todos os monárquicos e o autêntico «Dia de Portugal».

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  6. «um gesto simultaneamente imbecil e infantil» - JoãoG
    Fico feliz por saber que a ideia do BE foi apoiada pela totalidade da espécie de deputados da dita comissão de defesa.
    E por verificar uma vez mais como o Exército português, nos últimos anos profundamente empenhado num sadio culto das tradições, teve o bom senso de fazer marcha atrás.
    Aparentemente, nenhum dos iluminados agentes de política e da defesa envolvidos,
    se lembrou da condição do rei assassinado: a de Chefe de Estado.
    Uma lição de história. Do estado a que chegou este Estado (diria Salgueiro Maia).

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  7. Esta é para o JoãoG
    Estive de tarde no palácio Almada.
    Assisti à apresentação do livro "Dossier regicídio".
    Tive o prazer de saber de um convidado que presumo teria estado presente, caso não estivesse no estrangeiro - General Eanes.

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  8. Era de esperar, o que queriam? Ficamos a partir de hoje cientes, que é legítimo abater um chefe de estado; que é perfeitamente aceitável matar a tiro o comandante-em-chefe das forças armadas; que é legal conspirar e cometer todo o tipo de malfeitorias que levem ao derrube pela força de um regime., que é aceitável o fabrico e distribuição de bombas que visem perturbar a ordem pública. Os deputados da nação assim decidiram e a sua palavra vale por lei. Estamos todos esclarecidos até onde se poderá ir. Até longe, muito longe.

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  9. Estranha democracia esta ... ! ... tão estranha como quem "vive" dela !

    Como o tal pai que dizia ao filho : - Quer tu queiras, quer não queiras, tens que ser bombeiro voluntário.

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  10. «Sou Republicano e acho que as homenagens são para se fazerem na altura certa».

    Lá está, também acho !
    Comemora, filho, e não te esqueças dos 50 anos de ditadura salazarista. É uma questão meramene fotográfica, ehehehe

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  11. É uma pena que a fanfarra não posso tocar.
    Era uma maneira de dar algum uso à tropa que, coitados, perderamm todas as batalhas para onde os mandaram, desde Aljubarrota.

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  12. Pois claro, que é como quem diz que se devia também lembrar o assassinato do Sidónio Pais, o trambolhão de D.João II, o desaparecimento de D. Sebastião, e tantos outros tombados em funções. Muitos centenários por esse mundo fora, Nicolaus, Lincons, Kennedys, Stuarts, enfim, muitos, com banda, fardas, discursos e uns jantarinhos. Hip-hip hurra! Viva a monarquia! Qual delas, pá? Sei lá, uma qualquer!
    Valhó Senhor, para o que lhes havia de dar.

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  13. oh fado alexandrino:
    quem derrotou os castelhanos em aljubarrota foi a valente gastro-enterite (vulgo caganeira) causada pela ingestão da água contaminada pelo mijo e merda dos cavalos e soldados - um caldo!!!

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  14. Gavião dos Mares disse...

    Bem, sendo assim, recuemos à tomada de Lisboa.
    Pelo menos essa vitória, que também teve o seu quê de ciganice, conta a favor da tropa.

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  15. Não sou monárquico, embora preferisse ter o Sr. D.Duarte como Rei a ter de sustentar PR’s como Cavaco ( O Contabilista Cooperante Estratégico), Sampaio ( O Dialogante), Soares ( O Gaveteiro), ou Costa Gomes ( O “rolha”) , este último em quem ninguém votou .
    Contra este regime republicano de merda e estes políticos vis, todos os motivos são bons para que em 01.Fev, pelas 17 horas, estejamos no Terreiro do Paço, mesmo aqueles que não sejam monárquicos!

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