31.8.07

FÁTIMA LOW COST


Vasco Pulido Valente - ainda não foi descoberto outro mais estimulante - é ateu. E está preocupado com a hipótese de o Vaticano, de mãos dadas com o governo português, criar um trajecto de voos "low cost" entre Fátima e o dito Vaticano, à semelhança do que parece que já acontece, ou vai acontecer, com Lourdes. Daí o perigo de alguém se lembrar de mais um aeroporto para "servir" Fátima, algo que muito legitimamente não deve ser exigido à cidadania. Não há nada a opor a isto. Segundo VPV, tivessem os pastorinhos nascido em Bragança e Fátima nunca teria acontecido. As circunstâncias ocorrentes, como diria Salazar, propiciaram Fátima. A República, a guerra e a localidade do Entroncamento para os comboios, foram determinantes no "fenómeno". Todavia, em nenhum momento do seu texto, VPV fala da fé. Não a dele, naturalmente, que é nula. Mas na fé que tem levado, ao longo dos anos, milhares de peregrinos àquele vale, entre burgessos e gente perfeitamente esclarecida. Mesmo que passasse pela vaticanal cabeça um "sistema" idêntico ao de Lourdes, já lá está a base aérea de Monte Real para tratar disso. Aliás, foi aí que aterrou, em Maio de 1967, o Papa Paulo VI quando visitou o Santuário. Não precisou vir a Lisboa para nada. Sem querer, VPV acabou por dar voz a uma boa ideia. Se a fé move montanhas, por que é que não há-de mover aviões?

9 comentários:

  1. Há anos - há décadas? - que se fala da abertura da B. A. de Monte Real ao tráfego civil. E - também - exactamente a propósito de Fátima.

    Mas uma coisa é a pontual aterragem, em Monte Real, de uma aeronave civil, nomeadamente um "avião de linha aérea", transportando uma "personalidade", para uma ocasião especial.

    Outra coisa é a conversão da Base, por forma a poder acolher esse tipo de tráfego civil de forma regular e em conjunto com as suas operações militares (ter uma pista comprida não chega).

    E para isso há, receio, que gastar uma considerável soma: que reforçar estruturalmente a pista e caminhos de circulação, dado o peso das aeronaves envolvidas e a frequência do efeito que exerceriam, que criar um terminal civil, que construir tanques de combustível, que instalar rádio-ajudas de características civis.

    Uma considerável soma que desde sempre, suponho, tem faltado. Em qualquer caso, previsivelmente, uma questão de dinheiros públicos.

    Costa

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  2. Post e comentário, tal como a conversa de encher pneus.

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  3. Sobre este assunto escrevi no meu bloge lamento que VPV não tivesse tomado um café antes de escrever, para acordar.
    Termino repetindo-me.
    Se o aeroporto dependesse da Igreja já estava feito.

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  4. Adoro este blog, o unico que consegue abranger, e bem, todo o espaço que vai desde "Os caminhos e os homens de fé" a "A Piloca actual simbolo do MJ".

    Quanto ao post, infelizmente, V. Exa. esquece que o Papa não aterrou em Lisboa porque discordava, abertamente, do regime na altura vigente...

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  5. Bom dia,

    Parabéns pelo excelente blogue.

    Gostaria de aproveitar para dar a conhecer o seguinte:

    Hoje já é possível alfabetizar "bebés" que ainda moram no ventre de suas mães.

    Este tema foi desenvolvido no meu 10º livro que será lançado em Setembro de 2007, em Portugal, e em Outubro no Brasil, sendo o teor do mesmo a "Alfabetização pré-natal de "Bebés"".

    Se desejar conhecer mais acerca do assunto contacte-me.

    Entretanto pode ver mais sobre o assunto em:

    http://violada_mas_nao_vencida.blogs.sapo.pt/55344.html

    http://www.alexandracaracol.com/Ficheiros/Portfolio_Alexandra.pdf

    Bem haja.

    Alexandra Caracol (ex-professora e actual escritora)

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  6. Não esqueço. Apenas me interessava lembrar a existência da pista de Monte Real. E, mesmo contrariado, o Doutor Salazar foi ao beija mão papal.

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  7. com essa historia de padrecos, e de fatima, já nos custou um balurdio o desvio da autoestrada a1 para passar perto do milagre, desvio esse (km 100a 130 da a1), que esta cheio de falhas, e e' dos trocos mais perigosos tb.
    o que vale e' que ha' milagres....

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  8. Com a A1, Porto e Lisboa ficaram “muito mais perto” pelo que muita gente que hoje vem a Fátima regressa nos mesmo dia, o que antes não acontecia tanto (“easy came, easy go”).

    JP queixa-se dos custos do desvio da A1. Não conheço o traçado inicial que refere.
    Mas provavelmente a mesma poderia não ter sido desviada. Bastaria criarem o nó e ligar por estrada à cidade.

    Desse desvio resultou que Fátima ficou limitada no seu crescimento para Oeste dada a barreira física que é a A1.

    Quanto aos aviões:
    Não se comparando obviamente com a Base Aérea de Monte Real, Fátima tem um aeródromo que está ainda a ser aumentado e que está dependente do acordo entre algumas entidades (questões de legalização) para que aviões de pequeno e médio porte dele possam tirar partido.

    Veja-se o post em: http://so-sal-e-pimenta.blogspot.com/2007/07/pista-da-giesteira-ftima-segue-no-bom.html

    Creio que os voos das Low-Cost para esta região seriam muito bem vindos. A experiência nas regiões para onde as Low-Cost passaram a operar tem sido muito positiva em termos de dinamização das mesmas.

    Seja com a B.A. de Monte Real seja com o Aeródromo de Fátima. E porque não abrir os dois? As soluções não são mutuamente exclusivas.

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  9. E que tal a utilização partilhada (a semelhança da B.A. de Beja) da pista de Tancos?
    Tem mais de 2400 m, esta sub utilizada, esta junto a uma autoestrada e estações de comboio ( uma delas e o entroncamento e o nome diz tudo ) a 20m de carro de Fatima (turismo relegioso) a menos de 30m de leria, santarem, castelo branco, tomar etc e esta a menos de 100km de Lisboa.
    Com jeitinho e gastando 1/2 duzia de milhões para resolver o "problema" das Low Cost traziamos desenvolvimento para a fora de lisboa e viabilizava-mos a portela por mais 20 anos

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