6.7.07

TROVA DO TEMPO QUE PASSA

"Não o conheço, desculpe por isso interpelá-lo, mas, ao ler alguns dos posts do seu Blog, fica-me a impressão que tanto o Sr. como muitos dos comentadores, pela forma como comentam o C.Campos, a educadora do Porto, o bufo de Vieira do Minho etc., fica-me a impressão que vivem numa redoma isolados do país real (ou profundo sem qualquer conotação). Esses casos, pelo que soube, são mansas manifestações do clima que alastra como uma nódoa de óleo letal. Não lhe vou tomar muito tempo. Trabalhava num serviço público onde, quando muda o partido (PS ou PSD) no governo, entra nova fornada de boys e girls ávidos de pasto fresco. Sempre assim foi nos últimos trinta anos. O que agora mudou é que se apossou da boyada a convicção que esta vaga está para durar e têm um chefe que quer deles um estilo bem marcado e eles, com mais ou menos perícia, tentam sair-se o melhor que podem. No meu caso, que comecei por ter os dois primeiros chefes (dirigentes diz-se agora) extraídos do miolo ideológico do regime fascista, nunca, mas nem de longe, vivi no local de trabalho uma situação tão degradante do ponto de vista pessoal e profissional. Resultado, como tinha condições mínimas (de tempo de serviço mas não de idade) vim-me embora com um corte de 28% no vencimento;vários outros colegas fizeram o mesmo. Fala-se no processo disciplinar ao prof. Charrua, pois no serviço em que trabalhava foram instaurados processos por simples discordâncias. Os casos do Porto e Braga deram brado por estarem envolvidos elemento proeminentes do PSD, só isso, ou talvez porque mais convenientes do ponto de vista da agenda. Recordo-lhe que a situação foi objecto de dois requerimentos parlamentares aos quais o Governo, que eu saiba, nunca respondeu.

Desculpe o desabafo

(LC)"

3 comentários:

  1. Era "trova do vento que passa", pelos vistos o "vento" passou e ficou o "tempo", o novo tempo de desgraça económica, flexiservidão e medo.
    Entretanto, aqui vai o original, dos tempos em que nos rodeavam com palavras mansas, cheias de esperança num futuro cheio de liberdades e prosperidade, e outrossim, nos manipulavam para uma traição colectiva à nossa própria Pátria (quando se quer pôr açaime ao cão dá-se-lhe açucar e nunca um pontapé);

    Pergunto ao vento que passa
    notícias do meu país
    e o vento cala a desgraça
    o vento nada me diz.

    Pergunto aos rios que levam
    tanto sonho à flor das águas
    e os rios não me sossegam
    levam sonhos deixam mágoas.

    Levam sonhos deixam mágoas
    ai rios do meu país
    minha pátria à flor das águas
    para onde vais? Ninguém diz.

    Se o verde trevo desfolhas
    pede notícias e diz
    ao trevo de quatro folhas
    que morro por meu país.

    Pergunto à gente que passa
    por que vai de olhos no chão.
    Silêncio -- é tudo o que tem
    quem vive na servidão.

    Vi florir os verdes ramos
    direitos e ao céu voltados.
    E a quem gosta de ter amos
    vi sempre os ombros curvados.

    E o vento não me diz nada
    ninguém diz nada de novo.
    Vi minha pátria pregada
    nos braços em cruz do povo.

    Vi minha pátria na margem
    dos rios que vão pró mar
    como quem ama a viagem
    mas tem sempre de ficar.

    Vi navios a partir
    (minha pátria à flor das águas)
    vi minha pátria florir
    (verdes folhas verdes mágoas).

    Há quem te queira ignorada
    e fale pátria em teu nome.
    Eu vi-te crucificada
    nos braços negros da fome.

    E o vento não me diz nada
    só o silêncio persiste.
    Vi minha pátria parada
    à beira de um rio triste.

    Ninguém diz nada de novo
    se notícias vou pedindo
    nas mãos vazias do povo
    vi minha pátria florindo.

    E a noite cresce por dentro
    dos homens do meu país.
    Peço notícias ao vento
    e o vento nada me diz.

    Mas há sempre uma candeia
    dentro da própria desgraça
    há sempre alguém que semeia
    canções no vento que passa.

    Mesmo na noite mais triste
    em tempo de servidão
    há sempre alguém que resiste
    há sempre alguém que diz não.

    Manuel Alegre

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  2. ...e ninguém FALA A SÉRIO nestas atitudes ANTIDEMOCRÁTICAS?
    O MEDO instalou-se e vamos suportá-lo como antigamente??? Ao menos, antes desta palhaçada, sabíamos com o que contávamos...pelo menos, esses políticos eram honestos, não nos enganvam! ESTES, cobrem-se com o manto dourado da democracia e atacam pelas costas, à traição....

    Que penas não termos SANGUE CASTELHANO!!!!

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  3. Bazófias merdosos...

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