28.4.07

TUDO SE DISPERSARÁ


Salazar sobre si mesmo, no dia 28 de Abril de 1965, ao completar setenta e seis anos: "Já vivi muito, já vivi de mais. Eu não tenho ninguém e depois de mim tudo se dispersará e perderá significado e valor".

16 comentários:

  1. Anónimo5:57 p.m.

    Posso considerar que ideologicamente Salazar não passava dum Feitor pragmático, com plenos poderes.

    Mas conhecia muito bem os senhores a que servia, culpados como eram de parte da ineficácia da Monarquia e 1ª República.

    E era lúcido, bastando ver a qualidade da nossa direita (PSD, PP, etc) para se perceber que iria ser tudo feito em cacos.

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  2. Anónimo9:25 p.m.

    Que eu saiba, não há um único partido político português que não tenha importado a sua ideologia, supostamente «própria» ou então partilhável por quantas Internacionais existem ou existiram.
    Desse ponto de vista são geralmente excelentes feitores da vizinha Espanha. E muitos parabéns.

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  3. Anónimo1:28 a.m.

    Caro anónimo 9:25 PM,

    Eu falei da qualidade da burguesa Direita Portuguesa, que, quer queiramos, quer não, forneceu a grande maioria dos dirigentes Monárquicos e da 1ª República, e mesmo dos actuais (apesar de alguns fura-vidas, de vário calibre).

    É essa gente endinheirada que não se consegue entender entre si, para realizar qualquer projecto, e prefere, o mais das vezes tropediar os dos outros, especialamente se forem minimamente viáveis.

    O mérito do Feitor Salazar, mais do que manter o País numa miséria, lavadinha, asseada e arrumadinha, foi manter os patrões sossegados entre si.

    Dado que ele era o garante desse sossego, cuidadosamente estripado de qualquer ponta ideológica, com a saída dele de cena, voltaram as questiúnculas inter-senhores, que fariam tudo em cacos.

    E foi o que se passou e passa.

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  4. Anónimo2:22 p.m.

    Muito bem, caro «observador».
    Mas pode então desde logo deduzir-se da sua interpretação, referenciada à Monarquia constitucional, à I República e aos seus respectivos «Senhores», que vamos a andar, hoje, como um pêndulo, pelo caminho "certo-certo" ...

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  5. Anónimo5:56 p.m.

    Caro Anónimo,

    Os pêndulos na História só existem, se assim quizermos e deixarmos,

    A Esquerda Portuguesa, apesar de tudo, possiu linhas ideológicas, que vai seguindo e/ou enredando-se nelas, mas que lhes dá algumas balizas morais (fraquinhas, mas existentes).

    Quanto à Direita nada existe, á parte do cálculo de dividendos e em insistir ter a maior concentração de Ferraris do Mundo, o que como linha de rumo para um projecto nacional é curto.

    Caso tivesse havido evolução as cenas do PP (Portas / Castro), teriam tido outro tratamento, ou nem existiriam.

    O que tenho insistido é em fazer notar, que Salazar foi e é uma armadilha como solução ao rumo a dar á direita, pois:

    - não dá um fio conductor de futuro, limitando-se a harmonizar interesses durante um certo tempo;

    - não mete mais "inteligência" nessa direita;

    - para atinguir os seus objectivos teve de deitar mão a uma acção repressiva quer fisica (PIDE/DGS, etc) quer de intelectual (Censura, saniamento de quem não ere pelo regime, analfabetismo, etc);

    Sendo assim, diga-me quer viver num regime destes?
    acha possível refunda-lo, hoje?

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  6. Anónimo7:47 p.m.

    Caro «observador»:
    A minha opinião é a de que nós não podemos não viver numa economia de mercado. Este é um ponto central e crucial. A segunda questão prende-se obviamente com a gestão dessa economia de mercado e com uma produção de riqueza que atinja a massa crítica suficiente para gerir a sua distribuição. Com a notória excepção das ideologias comunistas, que eu saiba, todas a outras se inserem, mesmo conflictualmente, no que venho descrevendo. Sem economia, julgo eu, não há direita nem esquerda, há merda. E a merda é de tal gravidade que são as próprias instituições democráticas - a começar pelos partidos - que começam a degradar-se no "no man's land" da sua suposta ideologia política. Passam a "reformistas". Ora, Salazar também foi um "reformista" ... por consequência feitores e ideologias há muitos, há muitos, caro «observador».
    Eu, nunca mais na minha vida largo o voto aos "representantes" desta III República. Alguma coisa há-de acontecer.

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  7. Anónimo12:41 a.m.

    Caro anónimo:

    Creio que está a propor sairmos da UE. Certo?

    Quanto a Mercado, ele existirá sempre que houver negociação, nem que sejam lâmpadas fundidas, como sucedia na URSS.

    De isolacionismo Salazar foi um mestre, e o que é ganhamos, além de cascas de cebola no sapatinho, pelo menos para maioria?

    De qualquer modo, está-me a dar razão, quando digo que o único projecto da Direita é Dividendos e austentação temperado com Chico-espertismo.
    É triste a alergia que a Direita tem de tudo o que seja uma linha ideológica.

    Finalmente, em História é certo e sabido, que sucede sempre alguma coisa, e olhe, guarde lá o seu voto, que é um direito que tem.
    E, não será contado, a não ser na abstenção, ao contrário do hábito salazarento ....

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  8. Anónimo11:33 a.m.

    Nunca tive «hábitos salazarentos» e também nunca tive paciência para os "centralismos democráticos" ou para os "radicalismos pequeno burgueses de fachada socialista".
    Chão que deu uvas.
    É natural que numa economia de mercado haja dividendos e, desse ponto de vista, não vejo o interesse - e muito menos o projecto - da Esquerda em integrar a UE.

    Qual é ?

    A menos que a II Internacional seja a Esquerda a que o caro «observador» se refere e que, hoje, o governo português e o PS tão bem representam ...
    Por esses, Chapeau !

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  9. Anónimo11:18 p.m.

    Caro Anónimo:

    1 - não disse que tinha, ou não, «hábitos salazarentos».

    Estava só a fazer notar que Salazar tinha, de facto, nacionalizado o voto de cada um (expresso, ou não, a favor ou contra, etc), por forma a dar às eleições a configuração que achava mais conveniente.

    Nesse aspecto o 25 de ABRIL foi a maior Privatização de Votos feita em Portuagal;

    2 - Quanto a dividendos, só queria fazer notar que a única ideia que espero, ou talvez nem isso, da Direita Portuguesa é algo parecido com a análise económica feita por uma economista ao desempenho da Sinfonia Incompleta de Schubert, feita por uma orquesta ...

    3 - Sim, por fraquinhas que sejam, as internacionais e debates deram algumas normas de conducta à Esquerda.

    Quanto à Direita ...

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  10. Anónimo1:22 a.m.

    Gosto mais de Wagner.

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  11. Anónimo10:36 p.m.

    Também não desgosto!

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  12. Anónimo11:21 a.m.

    ...e Salazar TINHA RAZÃO !!!

    Tudo se dispersou e se PERDEU!!!! Só quase ficou o que não presta....

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  13. Anónimo12:59 a.m.

    Ok!
    também não o chamei burro, aliás, até disse que era lúcido.

    Mas a questão é se Salazar /salazarismo pode servir para a evolução da Direita actual, que tão pateta anda, e a minha resposta é NÃO!

    Aliás, a única vez que a Direita definiu alguma coisa foi nas Lutas Liberais de há 2 séculos.

    E mesmo assim deixou-a angústiada, e com crises de identidade, que só derram revoltas e contra-revoltas.

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  14. Anónimo11:03 p.m.

    Veja o «observador» isto :
    Se a inenarrável I república "permaneceu" 16 anos, esta, a III, comparativamente, durará 80 ou 100, e é sem o "remendo" dos 48.
    As gentes deliciam-se com os enredos de "fulano", "beltrano" e "cicrano", do partido A, B ou C, e raramente põem em causa o sistema que perpetua a novela, os excitantes fogachos e o embuste geral da tragicomédia.
    Até o João Gonçalves, deste "blog", tem momentos de recaída no PSD ... e eu próprio também.
    Há como que um "gozo cripto-sexual" nestas dialécticas superiormente colocadas nas "salas de estar" e de TV das nossas casas ... estamos formatados ; estamos superiormente hipnotizados.
    Já não podemos passar sem «isto» ... o sistema é a melhor das democracias ; não há outros, nem nada que nos possa dar tanto gozo e excitação. Por exemplo, se Deus não acode,Carmona Rodrigues será o novo Presidente do PSD no tempo e no lugar de Marques Mendes. Querem apostar ? E andamos nisto ...

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  15. Anónimo5:27 p.m.

    Como eu disse:

    "única vez que a Direita definiu alguma coisa foi nas Lutas Liberais de há 2 séculos.

    E mesmo assim deixou-a angústiada, e com crises de identidade, que só deram revoltas e contra-revoltas."

    Ou seja, toda a História a partir daí, tirando um ou outro salto, podia ser resumida numa série de artigos da LUX / NOVA(?) GENTE, alargada no tempo, em que o Jet-set das famílias teve pouca renovação.

    É mais importante a trinca inter-famílias que um rumo para o País.

    E quanto a Carmona, talvez tenha razão.

    PS - Julgo que as famílias já estão fartas de se aturarem umas às outras.

    Daí passarem a ler a HOLA!

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