31.7.06

A DEVASSA

Parece que a DCGI publicou na net a lista dos relapsos em IRS e IRC, com dívidas superiores a determinados montantes. Seguir-se-á a Segurança Social com os "seus" devedores e, em ambos os casos, presume-se que o valor da dívida, para efeitos de pública exposição, irá descendo. Eu entendo que quem não cumpre as suas obrigações tributárias, ou torpedeia as coisas de maneira a não cumprir, é um vígaro. Sobretudo quando se analisa a "qualidade" do devedor, individual ou empresa. Por isso o "sistema" continua a ser suportado fundamentalmente pelos chamados "trabalhadores por conta de outrem" e pelo IVA. Dito isto, parece-me uma falácia este alegado exercício de "combate à fuga e à evasão fiscal". Não será pela via da devassa - um método medieval apenas "actualizado" pelo processamento electrónico de dados - e da pretensa humilhação pública dos devedores - que só serve para excitar o "voyeurismo" alarve que nos é peculiar- que se lá vai. Depois disto, exige-se que, a seu tempo, o Estado dê notícia de quanto é que conseguiu "arrecadar", dos cento e trinta milhões de euros em dívida, à conta desta frivolidade. É o mínimo.

8 comentários:

  1. 20 milhões de euros- jornal da noite da TVI - 31 de julhod e 2006

    130 milhões menos 20 milhões
    FALTAM só 110 milhões.
    Pouca coisa.
    Mas à humilhação medieval qual é o preço a definir?

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  2. Anónimo9:29 p.m.

    mas que grande atrasado mental que você me tem saído!

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  3. Anónimo10:31 p.m.

    Ò Sr. JG:
    diga lá a verdade: era preferível o Governo não fazer nada, deixar correr a tinta (afinal estamos em tempo de férias e tudo, não é?) e o Sr. já não destilava ódio contra ele, não era?
    Ponho-me a pensar e não me lembra que os Governos do partido que o Sr. tanto gosta, tenham feito algo para tentar que os devedores comecem, finalmente, a ter de pagar...

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  4. Anónimo10:38 p.m.

    Meu Caro João Gonçalves, hoje pela primeira vez na vida não me incomoda nada ser considerada, por si ou por quem quer que seja, uma alarve voyeuristas medieval. É que sabe, o pessoal que pode e não paga, que camufla surripia e goza impunemente com todos que como eu pagam e não chiam,merecem ser tratados abaixo de cães, sim cães de que o meu amigo tanto gosta. Quero lá saber da devassa.. eles querem lá saber se eu trabalho e pago para eles andarem a gozar com a minha cara... chame-me o que quizer, não me atinge.

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  5. Anónimo11:03 p.m.

    Errado. O mínimo que se espera e exige é que o Estado se inspire na moralidade que prega em bolso alheio e passe ele próprio a praticar o mesmo rigor. Coma as contas que ele têm em atraso. Isto de se achar piada a um Estado mal pagador tem os dias contados

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  6. Anónimo5:39 a.m.

    "Via da devassa"
    Devassada sinto-me eu quando olho no final do mês a rubrica total de descontos na minha folha de vencimentos... e penso em tantos que nada pagam.
    "Método medieval"
    A fuga aos impostos é ou não uma forma de estar medieva? Os métodos equiparam-se.
    "Voyeurismo alarve que nos é peculiar"
    Discordo. Se o voyeurismo alarve nos fosse peculiar os Big Brothers não teriam tido sucesso noutras sociedades... e não foram os portugueses que inventaram o modelo.

    O acerto da decisão medir-se-á daqui a uns meses. Esperemos então. Avaliemos no final "a frivolidade" da medida. E se esta não resultar que o governo seja criativo e invente outras...é o meu desejo.

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  7. Anónimo11:20 a.m.

    Ò Sr. JG:
    Para seu desespero, informo que vai igualmente ser publicado na NET as dívidas que o Estado tem para com os particulares.
    Tem de arranjar outro assunto para dizer mal acerca deste Governo.
    Ou então, a exemplo do que o Sr. já fez, publicar outro artigo no seu blog, dizendo que não era bem isso o que queria dizer...
    O Sr. não deve ser trabalhador por conta de outrém, de certeza, ou então ganha tanto que nem sequer se dá ao trabalho de ver a coluna da direita (sabe qual é? é a dos descontos, daqueles que as pessoas honestas pagam...)

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  8. Anónimo5:26 p.m.

    Se o Estado, ao recolher mais impostos, baixasse os impostos dos que pagam - então estaríamos perante uma situação de justiça fiscal.
    Mas, senhores distraídos, o que o Estado faz é algo completamente diferente: procura encontrar todos os meios para recolher mais impostos. A devassa é, infelizmente, apenas mais um deles.
    Quanto mais impostos o Estado recolher, maior desperdício teremos. O Estado é o pior gestor dos nossos dinheiros.
    Recolher mais impostos não significa melhor os serviços colocados pelo Estado ao dispôr dos cidadãos contribuintes. Significa mais mordomias para alguns.

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